Brasil lidera ranking global com 57 mortes de ativistas ambientais
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| Foto: Divulgação |
Segundo o relatório, ativistas foram executados por se
oporem a projetos florestais, agroindustriais ou propostos por empresas de
mineração. O balanço, diz a Global Witness, ainda está aquém da realidade, já
que muitas dessas mortes não são declaradas. Entre as vítimas estão líderes
locais, encarregados de proteger a flora e a fauna selvagens, ou "pessoas
comuns", que defendem suas terras.
No Brasil, o relatório cita o ataque à comunidade maranhense
dos índios Gamela, em 2017, que deixou 22 feridos, incluindo crianças. Machetes
e rifles foram usados para expulsá-los de suas terras. Em um verdadeiro ato de
selvageria, alguns dos moradores tiveram suas mãos decepadas e outros sofreram
tentativas de esquartejamento. Meses depois, ressalta a ONG, nenhum dos
responsáveis foi julgado, "o que reflete a ampla cultura de impunidade e a
falta de ação para defender os ativistas e comunidades".
Segundo o relatório, "em vez de agir para acabar os ataques,
o governo do presidente Michel Temer e o Legislativo estão enfraquecendo leis e
instituições que protegem terras e os direitos dos povos indígenas. Ao mesmo
tempo, eles facilitam a ações do grande empresariado, que não parece se
incomodar com a devastação humana e ambiental perpetrada pelas suas atividades
- que aceleram a exploração de ecossistemas frágeis".
De acordo com a Global Witness, os ativistas não são as
únicas vítimas dessa situação. Em todo o mundo, pessoas que lutam contra as
grandes corporações, grupos paramilitares ou o próprio governo para preservar o
meio-ambiente sofrem ataques ou são assassinadas. Em segundo lugar no ranking
divulgado no relatório, liderado pelo Brasil, está as Filipinas, com 48 mortes
- um recorde na Ásia. Em terceiro lugar está a Colômbia, com 24 mortes. Na
África, 19 ativistas foram assassinados, 12 da República Democrática do Congo.


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